Ao pensar na história do Dia Internacional da Mulher, há quem lembre, apenas, do episódio conhecido como A Queima dos Sutiãs (Bra-Burning). Mas, na verdade, esse evento de protesto, ocorrido em 1968, em Atlantic City, teve uma origem muito anterior.
E é bom esclarecer que, nessa ocasião, as cerca de 400 ativistas livraram-se de itens como saltos, cílios postiços, maquiagens, espartilhos, etc., mas não chegaram a atear fogo em nada.
Um verdadeiro incêndio ocorreu muitos anos antes disso, em 1911, em uma fábrica têxtil de Nova York, quando cerca de 130 operárias morreram. E muitos ainda atribuem a origem do Dia Internacional da Mulher a essa ocorrência.
Contudo, os eventos que levaram à criação da data são anteriores ainda a esse acontecimento. Confira, então, a verdadeira história do Dia Internacional da Mulher:
Durante a Revolução Industrial, a mão-de-obra feminina teve papel fundamental. A partir daí, consolidou-se a participação da mulher no mercado de trabalho.
Porém, se por um lado, a Revolução Industrial introduziu avanços e melhorias – tendo em conta que o sistema fabril ofereceu maiores chances de sustento para mulheres e jovens –, por outro lado, as condições de trabalho eram impiedosas, com jornadas prolongadas e salários medíocres.
Desde os fins do século XIX começaram a formar-se, então, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, organizações femininas oriundas de movimentos operários, reivindicando melhores condições de trabalho para mulheres e jovens.
Foi em 1908 que aconteceu o primeiro Dia Nacional da Mulher, nos EUA, marcado por uma manifestação feminina em prol da igualdade econômica e política no país.
No ano seguinte, 1909, o Partido Socialista dos EUA oficializou a data como sendo 28 de fevereiro e organizou um protesto com mais de 3.000 pessoas no centro de Nova York, resultando em uma longa greve têxtil, responsável pelo fechamento de quase 500 fábricas norte-americanas.
Já em 1910, ocorreu, na Dinamarca, a II Conferência Internacional de Mulheres Trabalhadoras. Oportunidade em que se propôs a definição de uma data anual para celebrar internacionalmente os direitos da mulher, com objetivo de honrar as lutas femininas e obter apoio para instituir o sufrágio universal em diversas nações.
A proposta foi apoiada por 17 países participantes da Conferência e, já no ano seguinte, 1911, Dinamarca, Áustria, Alemanha e Suíça celebraram pela primeira vez o Dia Internacional da Mulher.
A partir da eclosão da I Guerra Mundial, as celebrações do Dia da Mulher começaram a ser vistas, no entanto, como oportunidades de protestar contra os conflitos armados em andamento.
Exemplo disso foi a manifestação que ficou conhecida como “Pão e Paz”, ocorrida na Rússia, no dia 8 de março de 1917, em que as mulheres russas, lideradas pela feminista Alexandra Kollontai, tomaram as ruas para chamar a atenção para as mortes dos soldados russos e para a desumana condição de vida da população. Quatro dias depois, o czar abdicou e o governo provisório concedeu às mulheres o direito de voto.
Durante a II Guerra Mundial, os protestos femininos continuaram tendo esse caráter político e humanitário, como mecanismos de oposição ao conflito, sendo o dia 8 de março usado, principalmente pelas mulheres das nações aliadas, para protestar contra os países do Eixo.
De qualquer forma, os levantes femininos nesse período demonstraram a força de mobilização das mulheres e suas pretensões em participar de sociedades mais justas e igualitárias, com melhores condições para todos e para todas.
Somente no fim da II Guerra Mundial, em 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU) assinou o primeiro acordo internacional que estabelecia princípios de igualdade entre homens e mulheres.
Já na década de 60, o movimento feminista ganhou força e, em 1975, comemorou-se, então, o Ano Internacional da Mulher. Conjuntura que levou, finalmente, a ONU, a partir de 1977, a reconhecer o dia 8 de março, oficialmente, como o Dia Internacional da Mulher.
As primeiras movimentações em prol dos direitos das mulheres começaram a ocorrer no Brasil, no início do século XX, com grupos anarquistas que lutavam por melhores condições de trabalho e qualidade de vida.
Já nas décadas de 1920 e 1930, a luta feminina ganhou corpo com o movimento das sufragistas, que conseguiram, enfim, o direito de voto com a Constituição de 1932.
Porém, foi só na década de 70, que temas como a igualdade de gêneros, a sexualidade e a saúde da mulher começaram a ser discutidos pelas organizações nacionais.
Nos anos 80, esse movimento foi reforçado pela criação do Conselho Estadual da Condição Feminina, em São Paulo, e pelo surgimento da primeira Delegacia Especializada da Mulher.
Atualmente, após uma série de lutas e vitórias, as mulheres do Brasil e do mundo seguem buscando superar certas desigualdades remanescentes, sem deixar de celebrar toda essa história de coragem e conquistas que culminou no Dia Internacional da Mulher.
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