Quando a arte encontra o cooperativismo

Conheça cooperativas de teatro, circo, música, artesanato e muito mais

Vantagens da Cooperação | 17 de setembro de 2019
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pintura em arte
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A arte não é apenas uma atividade lúdica ou uma forma de expressão. Pode ser também um instrumento educativo, pode inspirar valores e ajudar a ver o mundo de maneira diferenciada, pode até auxiliar na prevenção de problemas sociais. Mas viver de arte, em geral, não é uma tarefa fácil. E é aí que o cooperativismo pode fazer toda a diferença.

Aliás, fazer arte tem tudo a ver com a ideia de cooperação. Mesmo um ator que brilha sozinho no palco fazendo um monólogo, precisa de um iluminador, de uma equipe de som, entre outros. Mesmo o escritor que cria um best-seller, precisa de um editor, de um designer gráfico, etc.

Reconhecendo esse caráter coletivo da arte, muitos profissionais brasileiros têm se reunido em cooperativas, juntando esforços e recursos para levar mais alegria, beleza e inspiração a várias partes do Brasil. Conheça alguns bons exemplos a seguir.

Cooperativa Paulista de Teatro

Fundada em 1979, a Cooperativa Paulista de Teatro (CPT) já é referência em todo o Brasil, além de ser uma das maiores do ramo em toda a América Latina. Com cerca de 3.800 associados, a Cooperativa agrega um número robusto de iniciativas culturais, incluindo companhias de diversas linguagens artísticas.

Entre suas atividades, a CPT realiza oficinas, fóruns, edição de publicações, mostras regionais, nacionais e internacionais, além de estar focada, é claro, em apresentações teatrais constantes.

Com forte atuação política, a CPT ainda colabora para as conquistas da categoria, como a sanção do artigo 113 da Lei nº 12.973, que isenta as cooperativas culturais da cobrança de PIS e Cofins.

Coopermusp

Criada em 2006, a Coopermusp é uma cooperativa formada por músicos, técnicos e produtores musicais, que apresenta alternativas para os profissionais da música desenvolverem seus trabalhos artísticos de forma sustentável.

Para isso, a Cooperativa conta com um espaço físico, o Instituto Coopermusp, em São Paulo, onde promove eventos culturais variados, além da Web Rádio Coopermusp, uma rádio online incluindo loja de música digital, em que os artistas podem expor suas composições. Uma iniciativa que é música para os ouvidos do cooperativismo.

Cooperativa Paulista de Dança

Reunindo bailarinos, coreógrafos, produtores musicais, performers, cenógrafos, entre outros, a Cooperativa Paulista de Dança (CPD) vai muito além da produção de espetáculos de dança, envolvendo-se também na pesquisa, divulgação e formação do público.

Criada em 2005, a CPD incentiva a produção e divulgação da dança; empenha-se para a contratação de seus cooperados em espetáculos e eventos de terceiros; auxilia na captação de recursos públicos e privados para projetos individuais ou coletivos; dedica-se à pesquisa de linguagens corporais; e ainda realiza workshops, oficinas e cursos para seus cooperados.

Cooperativa Brasileira de Circo

Acreditando que a arte é uma importante ferramenta de inclusão social e cultural, a Cooperativa Brasileira de Circo (Circoop) tem como um de seus focos levar alegria para grupos menos favorecidos.

Tendo iniciado seus trabalhos em 2006, a Circoop já conta com cerca de 500 artistas cooperados e já ganhou diversos prêmios, como o Carequinha, Funarte nas Ruas, Procultura, etc.

A Cooperativa envolve-se na realização de mostras teatrais, colabora para a abertura de políticas públicas na área e dá apoio ao trabalho de artistas circenses e trupes, além de realizar parcerias com órgãos públicos para oferecer espetáculos e oficinas gratuitos a crianças da periferia.

Clownperativa

“O nariz do palhaço é considerado a menor máscara do mundo, porém o que tem de pequena, tem de reveladora. Essa máscara coloca em desordem uma certa ordem, para, assim, fazer com que seja possível acessar a si próprio. A essência do clown reside na liberdade de poder ser o que se é, de aceitar a sua verdade.”

Reconhecendo essa potencialidade transformadora do trabalho do clown (palhaço, em inglês), um grupo de artistas formou, em Porto Alegre, em 2017, a Clownperativa. A ideia surgiu a partir de visitas voluntárias que o grupo já fazia ao Hospital da Criança Conceição, na capital gaúcha.

Atualmente, além de seguir praticando ações sociais, que são a essência da instituição, a cooperativa de palhaços também desenvolve oficinas, palestras, debates, exibições de filmes sobre o tema e, é claro, intervenções e apresentações de clown, principalmente, em escolas, empresas, serviços de saúde, etc.

Cooperativas de artesãos

Além de músicos, dançarinos, artistas de teatro e de circo, não podemos esquecer da contribuição dos artesãos para a arte brasileira. E esse tipo de artistas também tem descoberto o poder da união cooperativista para impulsionar seus trabalhos.

Um bom exemplo é a Rede ArteSol, a rede nacional do artesanato cultural brasileiro Na verdade, trata-se de uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) que reúne mais de uma centena de associações e cooperativas de artesãos de todo o Brasil.

Idealizada inicialmente pela antropóloga Ruth Cardoso, a Rede tem como principal propósito apoiar a salvaguarda do fazer artesanal de tradição, promovendo a autonomia dos artesãos e o desenvolvimento socioeconômico dos grupos produtivos.

Para isso, a Rede ArteSol atua na capacitação de artesãos; na realização de exposições, festivais e seminários; no fomento econômico do segmento e no apoio à criação de políticas públicas que favoreçam o setor artesanal. Um projeto com essência cooperativa que promove a inclusão produtiva, valoriza a cultura popular e as práticas de comércio justo.

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