Pesquisas sobre o Agro revelam panorama positivo

Percepções dos brasileiros, hábitos dos produtores e expectativas para o futuro

Guia de Bolso | 03 de dezembro de 2022
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Qual é a percepção dos brasileiros sobre o agronegócio nacional? Quais são os hábitos dos produtores rurais brasileiros? O que o setor pode esperar do futuro? Pesquisas sobre o agro divulgadas recentemente respondem a essas questões e revelam que o panorama do negócio rural nacional é bastante positivo. Quer ver? Confira a seguir.

Percepções sobre o Agro

De acordo com um levantamento nacional realizado pela Brasil Panels e divulgado em setembro pelo Movimento Todos a Uma Só Voz, 7 em cada 10 brasileiros enxergam o agronegócio de maneira positiva.

O estudo "Percepções Sobre o Agro. O Que Pensa o Brasilieiro" é uma das pesquisas sobre o agro que vale a pena destacar, já que, de acordo com Paulo Rovai – coordenador geral do estudo – atualmente, não há dados públicos sobre a percepção dos brasileiros a respeito do setor, apenas levantamentos privados que não costumam ser abertos ao mercado. Mas neste caso, a pesquisa está disponível na íntegra no site do Movimento.

A amostra contou com 4.215 entrevistas, para representar os principais estratos e perfis da sociedade brasileira. Desse total, 43% possui grande envolvimento com o agro, 24% possui médio envolvimento e médio conhecimento sobre o setor e 33% têm pouco ou nenhum contato com o agronegócio nacional.

A pesquisa revela que as pessoas que já trabalharam ou têm parentes que trabalham no agro tendem a avaliar o setor de maneira mais positiva (84% e 80% respectivamente). Esse dado demonstra que a admiração está intrinsecamente relacionada ao conhecimento que se tem do campo brasileiro e dos negócios rurais.

Enquanto isso, entre os que opinaram negativamente sobre o setor, as principais críticas são relacionadas ao impacto ambiental. Na opinião de Rovai, as empresas e associações do agronegócio precisam contar mais suas histórias de sucesso para serem reconhecidas por todos.

Hábitos do Produtor Rural

Outra das pesquisas sobre o agro que revela alguns pontos muito interessantes sobre o setor é a 8ª Pesquisa da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro (ABMRA) - Hábitos do Produtor Rural. O levantamento é fruto de 4.500 horas de entrevistas com 3.048 produtores rurais, sendo 2.310 agricultores e 738 criadores de 16 estados no total.

Um dos pontos positivos apontados por esse estudo diz respeito ao avanço das ferramentas de comunicação no campo brasileiro. Segundo o estudo, 94% dos produtores têm smartphone, um crescimento de 33% em relação à pesquisa anterior, realizada em 2017.

Além disso, a internet está disponível para 91% dos criadores e 88% dos agricultores. Aliás, 76% dos produtores entrevistados afirmaram que usam o WhatsApp para realizar negócios.

Entre as recentes pesquisas sobre o agro, a da ABMRA também merece destaque por abordar a força da mulher no campo. A presença feminina é considerada por 94% dos produtores rurais consultados como vital ou muito importante no negócio rural.

Para mais, o levantamento confirma que "a mulher ganha cada vez mais espaço no agronegócio, particularmente em postos de gestão e em determinadas atividades produtivas, representando 26% dos cargos de decisão e comando".

Expectativas para o futuro

O terceiro item desta lista de boas novas não vem exatamente de uma das pesquisas sobre o agro, mas sim de dados apresentados pelo engenheiro agrônomo e economista Alexandre Lahóz Mendonça de Barros durante a 2ª Jornada da Rede Técnica Cooperativa (RTC), que aconteceu em setembro, em Gramado (RS).

De acordo com Barros, o Brasil aumentou em 14 vezes o superávit da sua balança comercial agrícola nos últimos 30 anos, passando de US$ 7,1 bilhões em 1990 para US$ 81 bilhões em 2020. A expectativa é que neste ano, esse saldo chegue à casa dos US$ 100 bilhões.

Na opinião do economista, o país já se destacou no cenário internacional nas últimas três décadas. E nas três décadas seguintes, é possível que o superávit agrícola chegue aos US$ 200 bilhões.

"Para isso, precisamos de envergadura logística, escala competitiva e ganhar musculatura para enfrentar as oscilações do mercado", afirmou Barros, defendendo uma ação diplomática pela abertura de mercados. "Precisamos dizer ao mundo que estamos aqui e transmitir confiança. Nosso destino é alimentar o mundo, independentemente de eventuais conflitos que venham se formar".

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