A participação das cooperativas na COP26

Cooperativas brasileiras dão lição de sustentabilidade na Conferência do Clima.

Vantagens da Cooperação | 28 de janeiro de 2022
CONFERÊNCIA DO CLIMA
COOPERATIVAS BRASILEIRAS
COP 26
Confira os principais destaques da participação das cooperativas brasileiras na COP26
Confira os principais destaques da participação das cooperativas brasileiras na COP26


Não pode ler agora? Ouça a matéria clicando no player:

Entre os dias 31 de outubro e 13 de novembro do ano passado, celebrou-se em Glasgow (Escócia), a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP26). O acordo para tentar limitar o aquecimento global a 1,5ºC foi um dos principais resultados do evento. Só que, a participação das cooperativas na COP26 também merece destaque.

Orientadas por princípios mais justos e humanos, as instituições que integram o movimento cooperativista tratam continuamente de demonstrar que é possível, sim, aliar produtividade e desenvolvimento com susentabilidade, prosperidade e responsabilidade social.

Exemplos disso são os oito estudos de caso contemplados no informe “Cooperação para a transição a uma Economia Verde”. O documento – publicado no ano passado pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI) em parceria com a Comissão Europeia (#coops4dev) – analisa como as cooperativas podem contribuir com a ação climática e a transição ecológica.

De todo modo, é válido reforçar que os casos contemplados nesse estudo são apenas alguns exemplos. Afinal, como atesta a Carta Aberta do Cooperativismo Brasileiro para a COP26, “toda cooperativa independentemente do tamanho, área de atuação ou país já nasce com o compromisso de cuidar da comunidade onde atua, o que só pode ser feito com justiça social, equilíbrio ambiental e viabilidade econômica”.

Aliás, a Organização das Cooperativas Brasileiras (Sistema OCB) – autora desse manifesto – foi uma das instituições participantes da COP26. O convite foi feito pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, em reconhecimento ao importante papel das cooperativas em prol da sustentabilidade, da preservação ambiental e do desenvolvimento.

Acompanhe os principais destaques da participação das cooperativas na COP26 e confira também algumas boas práticas cooperativistas para seguir contribuindo com o desenvolvimento sustentável:

O Manifesto da OCB

Previamente à participação propriamente dita das cooperativas na COP26, no dia 29 de outubro, a Organização das Cooperativas Brasileiras (Sistema OCB) publicou um manifesto esclarecendo a visão cooperativista a respeito do tema.

De acordo com o próprio documento, o objetivo da publicação “é contribuir com os debates que estão sendo realizados, no Brasil e no mundo, em torno do aquecimento global e dos planos de redução dos gases de efeito estufa para os próximos anos”.

Diante disso, o texto apresenta os cinco princípios norteadores das cooperativas brasileiras relacionados aos debates da COP26. São eles:

  1. Regulamentação do mercado de carbono.
  2. Combate inflexível e abrangente ao desmatamento ilegal.
  3. Medidas de estímulo e proteção à preservação do meio ambiente.
  4. Valorização da produção brasileira para o combate à fome no mundo.
  5. Fomento ao cooperativismo como arranjo produtivo sustentável.

Em outras palavras, podemos dizer que o cooperativismo brasileiro reconhece que é fundamental reduzir as emissões de gases de efeito estufa e entende que, para isso, além de regular o mercado internacional de carbono, é necessário valorizar modelos produtivos de baixa emissão de poluentes, além de facilitar o acesso a recursos para projetos em prol da preservação e recuperação do meio ambiente.

O documento aponta ainda que o movimento enxerga no Brasil “a vocação de ser protagonista na construção de uma economia de baixo carbono”.

Cooperativismo para a economia de baixo carbono

No dia 12 de novembro, ocorreu, no pavilhão brasileiro da COP26, o painel “Cooperativismo como ferramenta para a Economia de Baixo Carbono”, com a participação da gerente-geral da OCB, Fabíola Nader Motta.

Nessa ocasião, a executiva reforçou o potencial das cooperativas para ajudar o país a cumprir as metas de redução do desmatamento ilegal e da emissão de gases do efeito estufa.

Para ilustrar dita afirmação, a gerente-geral da OCB apresentou como exemplo o trabalho de cooperativas como a Camta e a Cooasgo, entre outras.

A Camta – Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Pará) – foi destaque pelo seu sistema de produção agroflorestal diversificado que ajuda a reduzir a emissão de CO2 na floresta.

“Seguindo os ensinamentos dos ribeirinhos, os cooperados da Camta colocaram o açaí, o cacau, a mandioca e a pimenta-do-reino para conviverem juntos, em harmonia com a floresta Amazônica. São 5 mil hectares de terra, onde as plantas de uma cultura servem de adubo para o crescimento e fortalecimento das outras. Isso mantém o solo úmido e fértil, respeitando o clima e a biodiversidade local. Imitando o ciclo natural da floresta, a produção da Camta não empobrece o solo, aumenta a produtividade e ainda ajuda a recuperar áreas da floresta que tinham sido degradadas”, explicou Fabíola Motta.

Enquanto isso, a Cooasgo – Cooperativa de São Miguel do Oeste (SC) – foi citada por ser uma das primeiras do país a negociar créditos de carbono com parceiros internacionais.

A partir do manejo sustentável dos dejetos de granjas de suínos, a Cooasgo consegue produzir biofertilizantes, gerar energia elétrica sustentável e comercializar créditos de carbono, além de contribuir para a redução da emissão de gás metano.

Além do mais, durante a participação da OCB na COP26, a executiva também fez referência ao trabalho de mais de 540 cooperativas brasileiras na produção de energia renovável, com destaque para cinco instituições do setor – Vale, Castrolanda, Lar, Copacol e Frísia – que geram energia limpa por meio da biomassa.

Complementarmente, Fabíola Motta apontou, ainda, para o trabalho realizado pela própria OCB junto às autoridades públicas nacionais, afirmando que:

“Um dos nossos maiores desafios é colocar em prática o pagamento por serviços ambientais e o mercado de carbono, que podem potencializar ainda mais as ações de conservação do meio ambiente”.

A contribuição continua

Como vimos até aqui, a participação das cooperativas brasileiras na COP26 foi realmente marcante. Mas a contribuição do cooperativismo com a luta contra o aquecimento global não deve parar por aí.

Para ajudar as cooperativas nacionais nessa missão e inspirar a todo tipo de empresas, reproduzimos a seguir uma lista publicada no mais recente informe da #coops4dev com alguns exemplos de ações e medidas que podem contribuir para os objetivos ambientais e de sustentabilidade.

Cooperativas Financeiras

Cooperativas Agrícolas

Cooperativas Habitacionais

Cooperativas de Energia

Cooperativas de Indústria e Serviços

Cooperativas Florestais

Cooperativas de Consumo e Varejo

Cooperativas de Reciclagem

Gostou dessa dica? Cooperação começa por aqui, compartilhe esse conhecimento.


    Artigos que você também pode gostar