Comércio Justo e Cooperativismo

Em algumas relações comerciais, todos saem ganhando

Vantagens da Cooperação | 21 de agosto de 2019
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Comércio Justo
Comércio Justo

Você já ouviu falar de comércio justo ou fair trade? Sabia que essa ideia tem tudo a ver com o cooperativismo? Vale a pena descobrir mais sobre o assunto.

Para começar, é bom saber que a noção de comércio justo vai muito além do momento em que o produto é comprado ou vendido. Quer dizer, o conceito de fair trade (tradução em inglês para comércio justo) faz referência a condições mais justas para toda a cadeia produtiva.

Imagine, por exemplo, aquela calça caríssima que você viu no shopping. Você sabe quanto ganharam os costureiros que produziram a peça? Sabe se era uma quantia justa? Ou indo mais além, quanto receberam os agricultores que plantaram o algodão para a produção? Será que eles trabalham em boas condições? O comércio justo se preocupa com tudo isso.

Agora, é importante dizer que as marcas identificadas como fair trade não são as únicas a lutar por relações comerciais mais justas para todos. As instituições que seguem o modelo cooperativista também adotam princípios semelhantes. Veja só:

 

A relação entre Comércio Justo e Cooperativismo

Para ser identificada como comércio justo, uma organização deve seguir sete princípios básicos:

  1. Transparência e corresponsabilidade na gestão da cadeia produtiva e comercial;
  2. Relação de longo prazo que ofereça treinamento e apoio aos produtores e acesso às informações do mercado;
  3. Pagamento de preço justo no recebimento do produto, além de um bônus que deve beneficiar toda a comunidade, e do financiamento da produção ou do plantio ou a antecipação do pagamento da safra, quando necessário;
  4. Organização democrática dos produtores em cooperativas ou associações;
  5. Respeito à legislação e às normas (por exemplo, trabalhistas) nacionais e internacionais;
  6. O ambiente de trabalho deve ser seguro e as crianças devem frequentar a escola;
  7. O meio ambiente deve ser respeitado.

De forma semelhante, a atuação das instituições cooperativas também é orientada por sete princípios. São eles:

  1. Adesão livre e voluntária;
  2. Gestão democrática;
  3. Participação econômica dos membros;
  4. Autonomia e independência
  5. Educação, formação e informação;
  6. Intercooperação;
  7. Interesse pela comunidade.

Como é possível perceber, existe uma relação entre os princípios norteadores do comércio justo e os do cooperativismo. Afinal, ambos são modelos democráticos que valorizam as pessoas, incentivam a educação como forma de desenvolvimento e promovem o apoio à comunidade.

Em nenhum dos dois casos se trata de acumular lucros para um pequeno grupo, mas sim de conseguir melhores condições para todos. Inclusive, se você reparar no 4º princípio do comércio justo vai perceber que as cooperativas e associações são a base para essa prática.

Agora, descubra como você também pode apoiar essa ideia:

 

Selo Fair Trade e Carimbo SomosCoop

Para garantir que uma marca segue, de fato, os princípios do comércio justo já existe uma fundação mundial que confere uma certificação fair trade: a Fair Trade Foundation.

Ou seja, quem quer ter certeza de que está adquirindo um produto que passou por um processo de produção com condições e ganhos justos para todos, pode procurar pelo selo Fair Trade.

Mas também existe uma alternativa, que talvez seja até mais fácil e acessível para os brasileiros: buscar pelo carimbo SomosCoop, que identifica os produtos e serviços de cooperativas. Assim, você já garante que está praticando relações comerciais mais justas para todos.

 

Exemplos práticos

Criada em 1969, a Cooperativa Central Aurora Alimentos é um bom exemplo de instituição cooperativa que pratica o comércio justo, reunindo mais de 70 mil associados (a maioria, produtores rurais), zelando por práticas de sustentabilidade na produção e incentivando o desenvolvimento das comunidades onde estão instaladas suas sedes e filiais.

Outro caso é o da Tudo Bom?, marca franco-brasileira de roupas para homens, mulheres e crianças, que usa algodão orgânico cultivado por pequenos produtores e conta com o trabalho de costureiras de baixa renda, sempre prezando pela valorização de todos os envolvidos no processo.

Há ainda o exemplo da RedeMoinho, uma cooperativa de comércio justo e economia solidária, implantada em Salvador, Bahia, que atua na compra e revenda de produtos da agricultura familiar, agriecológicos e da Economia Solidária, valorizando a produção e a variedade local.

Contando com escolhas mais conscientes por parte dos consumidores, exemplos como esses podem ser cada vez mais frequentes e, assim, as relações comerciais podem ser também, cada vez mais justas para todos.

 

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