Afinal, o que é inflação?

Como ela é calculada? O que muda? Como se prevenir?

Vantagens da Cooperação | 01 de abril de 2016
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Brasileiros com menos de 40 anos nunca tiveram que se preocupar com a inflação de forma generalizada e contínua. Aliás, essas são as duas principais características da inflação, que pode ser definida, simplificadamente, como um aumento generalizado e contínuo dos preços. Entenda melhor:

1 - O que quer dizer ‘aumento generalizado e contínuo de preços’?

O aumento de preços identificado como inflação é generalizado, porque não está restrito a um item ou a um grupo (não é só no tomate, no pão ou na gasolina). Os preços dos produtos e serviços, em geral, vão subindo. Da cesta básica ao corte de cabelo.

E essa elevação de preços é contínua, não é de curto período ou restrita a uma determinada época. Pelo contrário, tende a crescer, impulsionada por seus próprios índices anteriores. A inflação presente alimenta a inflação futura.

2 - Histórico brasileiro

Muitos brasileiros ainda se lembram do ano de 1993, quando a inflação atingiu o índice histórico de 2.477% ao ano. Os produtos chegavam a subir de preço mais de uma vez por dia.

Desde a implantação do Plano Real, em 1994, a alta de preços foi controlada, atingindo pico máximo de 12,53%, em 2002, quando foi contida pelo BC.

Mas desde o ano passado, o tema tem sido cada vez mais recorrente e trazido cada vez mais preocupação para o brasileiro. Em 2015, o IPCA alcançou 10,67%. E quando a inflação anual está próxima desse nível, consumidores podem perder a referência de preços e empresários podem reajustar valores, antevendo a elevação futura, o que retroalimenta a inflação.

3 - Quais são as principais causas da inflação?

- Oferta ≠ Demanda.

Uma das principais causas da inflação é a disparidade entre a oferta e a demanda. Quando, por exemplo, aumenta muito o poder de compra, a demanda por produtos e serviços pode ser maior do que o mercado consegue oferecer (inflação de demanda). Em outros casos, o aumento do custo de produção ou de matéria-prima pode ser repassado aos produtos (inflação de custo ou oferta).

- Governo gasta mais do que arrecada.

Neste caso, o governo pode aumentar os impostos para cobrir as despesas. O custo é repassado aos consumidores e os produtos e serviços sobem de preço. Ou o governo imprime mais dinheiro para corrigir o problema de gastos elevados. Assim, se o volume de dinheiro torna-se maior que a oferta de serviços, os preços também sobem.

- Inércia.

Em um cenário de preços elevados continuamente, todos tentam se proteger como podem. Empresários reajustam seus valores. Trabalhadores reivindicam remunerações maiores. Alugueis e outros contratos sobem. Preços mais altos entram no cálculo da inflação do próximo período. E a inflação de hoje passa a ser o patamar inicial de amanhã.

- Cartéis.

Se poucas empresas vendem um determinado produto, elas podem se juntar e combinar preços mais altos ou até restringir a produção para elevar os preços.

4 - Os diferentes índices de inflação: como ela é medida?

São variados os índices que medem a inflação e pode parecer complicado compreender todos, assim, de primeira. Então, pra facilitar, entenda que cada índice acompanha a inflação de um determinado grupo.

O IPCA - Índice de Preços ao Consumidor Amplo - acompanha a cesta de produtos (média de preços) de famílias, residentes em áreas urbanas, com rendimentos mensais entre 1 e 40 salários mínimos.

O INPC - Índice Nacional de Preços ao Consumidor -, por sua vez, abrange apenas famílias com rendimento de 1 a 5 salários mínimos, também residentes em áreas urbanas.

Existe ainda o IGP - Índice Geral de Preços -, o IPA - Índice de Preços no Atacado -, o INCC - Índice de Nacional do Custo da Construção -, entre outros. Cada um medindo um grupo de preços diferente.

Os índices de inflação são calculados fazendo uma média das variações de preços ao longo de um período, sendo que cada produto tem um peso nesse cálculo, a depender de sua importância econômica.

5 - O que muda de verdade? O poder de compra do trabalhador brasileiro

Com a inflação, a moeda perde valor de compra. Se há um ano você gastava R$ 100 para comprar alimentos. Agora, talvez tenha que pagar mais de R$ 120 pelos mesmos itens e quantidades. Para agravar ainda mais a situação, quando o poder de compra diminui, o consumo pode regredir, causando uma queda na demanda e uma maior diferença entre a demanda e a oferta, elevando ainda mais a inflação.

Além disso, o ambiente inflacionário cria insegurança, prejudicando a tomada de decisões e criando ineficiência econômica. O crédito se torna mais caro. Investidores ficam mais cautelosos. A distribuição de renda piora. Entre outras consequências negativas.

6 - O que fazer para se prevenir?

Em períodos de incerteza econômica, é bom se prevenir e resguardar as finanças. Uma das primeiras atitudes a ser tomadas é ficar de olho no orçamento, mantendo uma planilha financeira atualizada, para não se perder nas contas. Rever alguns hábitos prejudiciais às finanças também pode ser importante para evitar problemas no orçamento. E poupar, mantendo uma reserva de emergência, pode se mostrar uma sábia atitude.

Além disso, uma boa ideia pode ser fazer compras em grupo. Como atacadistas ainda costumam apresentar preços menores que o varejo, pode ser interessante reunir os amigos ou familiares para fazer as compras do mês gastando menos.

Negociar reajustes e pechinchar também são habilidades importantes. Aproveite que a crise deixa o credor menos propenso a perder o inquilino ou cliente e peça redução de preços.

Uma última dica é não deixar de investir seu dinheiro. Procure alternativas de investimento que compensem a desvalorização provocada pela inflação. Mesmo em épocas de crise, é possível encontrar boas oportunidades para fazer o seu dinheiro trabalhar para você.

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