Quando a internet surgiu, pouca gente podia imaginar a revolução que ela representaria. Agora, com a impressão 3D, essa história pode se repetir. A manufatura aditiva (nome técnico da impressão 3D) tem potencial para reduzir o desperdício de matéria-prima e o custo com mão-de-obra. Pode transformar radicalmente a ideia de produção em série e de armazenamento. E é bem possível que venha a revolucionar a forma como consumimos.
Essas são algumas das conclusões de um relatório elaborado pelo banco holandês ING, sob o comando do economista Raoul Leering. Segundo ele, com a evolução da impressão 3D podem desaparecer até 40% das trocas comerciais entre os países. Mas essa tecnologia ainda tem um longo caminho a percorrer.
Então, descubra a seguir as aplicações que já têm sido feitas, os desafios e oportunidades relacionados à manufatura aditiva e entenda como a impressão 3D pode revolucionar o mercado de produção e de consumo.
Aplicações na indústria e na saúde são as mais comuns até o momento. Já existem, por exemplo, empresas que vendem objetos de decoração ou de uso pessoal impressos com manufatura aditiva. Há também casos de impressão 3D de maquinaria industrial, de peças para engenharia aeroespacial e de produtos de eletrônica de consumo.
Na área da saúde, algumas próteses de ossos e de dentes já tem sido impressas em 3D. Um exemplo que chama a atenção é o da E-Nable, iniciativa que faz a impressão 3D de próteses ortopédicas e distribui a comunidades carentes. A fundadora, Jen Owen, afirma: “não há como descrever o que sentimos ao colocar uma mão impressa pela E-Nable em uma criança e vê-la mexer os dedos pela primeira vez.”
Paul Sullivan, que trabalha com tendências tecnológicas na Autodesk ainda completa: “Nós também conhecemos pacientes que receberam próteses para outras partes do corpo, incluindo substituições de quadril.”
Atualmente, para fazer uma impressão 3D, as principais matérias-primas utilizadas são alguns tipos específicos de metais e de polímeros (plásticos), que contam com poucos fornecedores ao redor do mundo. Essa limitação, por outro lado, pode ser vista como uma oportunidade para desenvolvedores de novas matérias-primas ou novos fornecedores que queiram atuar nesse ramo.
Usar uma impressora 3D também não é tão simples quanto utilizar uma impressora comum. É preciso antes de tudo fazer (ou obter) um projeto em três dimensões do objeto que se deseja imprimir, configurar o equipamento e testar se a impressão é feita corretamente. Essa adversidade pode ser entendida como uma oportunidade por profissionais de design que queiram desenvolver modelos em 3D, e também por empreendedores que decidam oferecer a impressão 3D como um serviço ao consumidor.
Além disso, imprimir em 3D ainda não é uma técnica suficientemente rápida e barata. Os equipamentos mais robustos, capazes de operar várias horas por dia e de imprimir produtos de alta qualidade, ainda são caros. Por isso, a manufatura aditiva não tem sido adotada em larga escala até o momento. Mas isso deve mudar. Afinal, grandes companhias do ramo, como a HP, já estão trabalhando na evolução dessas máquinas.
Segundo o relatório do ING, em menos de 20 anos, metade dos produtos industriais já será impresso em 3D. E não estamos falando apenas de máquinas, móveis ou objetos de decoração. Com a tendência de diversificação das matérias-primas, em breve, poderão ser impressos diversos tipos de alimentos, roupas, calçados, materiais educativos, etc.
José Correia, da HP Portugal, acredita que “vamos começar por criar os designs, trocar com os amigos e depois imprimir, ir a uma Fnac ou a uma Staple [pedir para imprimir] e ir buscar a peça daqui a uns minutos.”
Esdras Moreira, CEO da Introduce, exemplifica: “Você gostou do modelo de uma roupa em uma loja, mas não encontrou o seu número ou a cor não agradou? Com a impressão 3D, o lojista pode imprimir uma nova peça que esteja de acordo com a sua demanda. Assim, você pode ter acesso a produtos personalizados e confeccionados de forma simples e rápida, na sua frente. Por outro lado, o lojista não precisa criar um estoque enorme para oferecer o máximo de variedade possível.”
Se a tendência do mercado de impressões 3D é revolucionar a produção, isso também deve afetar a forma como consumimos. Afinal, com a manufatura aditiva é possível criar produtos muito mais personalizados, o que deve indicar uma busca cada vez maior pela customização de objetos únicos.
Além disso, a reprodução e a cópia de produtos deve se tornar cada dia mais fácil e barata, o que pode levar à necessidade de redefinir o conceito de pirataria.
Especialistas em futurismo da Perestroika – Escola de Metodologias Criativas explicam ainda que a impressão 3D se baseia na reconfiguração de matérias e materiais. Com a evolução dessa ideia, posteriormente, poderemos até transformar um objeto que já possuímos em outro. Ou seja, podemos passar a consumir menos e “reciclar” mais.
As possibilidades são inúmeras. Vale a pena ficar atento e aproveitar as oportunidades que essa nova revolução tecnológica oferece.
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