Uma reflexão sobre tecnologia, conectividade e cooperação

Em meio a um turbilhão de informações e de contatos, qual o papel da cooperação?

Vantagens da Cooperação | 25 de janeiro de 2018
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Uma reflexão sobre tecnologia, conectividade e cooperação
Uma reflexão sobre tecnologia, conectividade e cooperação

Entre as novas tecnologias, algumas das inovações que mais impactaram o nosso dia a dia foram o surgimento da Internet e o desenvolvimento dos meios de comunicação digitais.

E quando falamos em novas tecnologias, estamos nos referindo a algo realmente recente, já que a World Wide Web (www) foi lançada há menos de 30 anos. Se mencionarmos as redes sociais, então, são menos de 20 anos (e algumas ainda mais recentes).

A pergunta é: com todas essas novidades tecnológicas, será que as pessoas estão se comunicando mais e melhor? Que uso nós estamos fazendo de toda essa conectividade? E afinal, como a cooperação pode colaborar para um melhor aproveitamento das tecnologias de comunicação?

Veja só:

 

Quanto mais tecnologia, mais comunicação?

Observemos três situações hipotéticas:

1) Você está em casa, sozinho, assistindo a um programa de TV. No intervalo, pega o celular para conferir as redes sociais e para em um vídeo. Enquanto ele carrega, aparece uma mensagem urgente no Whatsapp. Antes que termine de responder a mensagem, chega um e-mail do trabalho. Enquanto você escreve para seu chefe, as mensagens do Whats se multiplicam e o programa de TV acaba.

2) Um grupo de amigos está reunido em um bar. Na conversa, surge a dúvida sobre o nome de um filme. Um dos amigos saca o celular para pesquisar a dúvida no Google. Aproveitando o momento, os outros amigos também pegam o celular para conferir as redes sociais. E a conversa acaba perdendo o rumo.

3) Um casal está viajando de carro sem GPS e as baterias dos celulares acabam. Eles param em um posto de combustível para pedir informações. O frentista pega o celular, acha o local no Google Maps e indica a direção para o casal seguir viagem.

Analisar situações como essas nos ajuda a perceber que tudo depende do uso que fazemos das tecnologias e da conectividade. Podemos nos perder em meio a um turbilhão de informações sem absorver grande parte delas. Ou podemos aproveitar essas inovações de forma útil, sem esquecer da importância do contato humano genuíno.

 

A conectividade garante a interação?

É inquestionável que tem crescido o acesso mundial à Internet e aos meios de comunicação digitais. Porém, conectar pessoas não se trata simplesmente de dar-lhes acesso a dispositivos e infraestrutura necessária para estar online.

É isso que indica um interessante estudo da professora Dra. Ellen Helsper, da London School of Economics, sobre o real valor da Internet na vida da população.

Segundo a doutora em Economia, para analisar a inclusão digital não basta verificar o acesso da população, como também é necessário averiguar as capacidades (técnica, social, crítica e criativa) dos indivíduos, as motivações das pessoas para estarem online e o engajamento real promovido pelos meios (seja social, de saúde, cívico, profissional, etc.).

Ou seja, o estudo assume que não basta estar conectado para garantir boas interações. E questiona sobre a habilidade de utilizar as tecnologias da informação e comunicação (TICs) de maneira a obter resultados tangíveis e de qualidade que gerem impactos positivos na vida.

Isto é, de acordo com Helsper, não basta entender o que as pessoas fazem na Internet ou o que se consegue fazer conectado, mas é preciso analisar que resultados são obtidos com isso.

O levantamento demonstra que, além de fornecer acesso às pessoas, é fundamental promover a alfabetização digital para incentivar engajamentos mais positivos.

Mas, acima de tudo, o estudo de Helsper ajuda a reforçar a ideia que as novas tecnologias da comunicação são apenas meios e que é a atitude e o comportamento dos usuários que faz a diferença nos resultados (no termo original, outcomes).

 

A cooperação faz a diferença na conexão

Sabendo que a Internet, os smartphones, os computadores, entre outros, são apenas novos canais de comunicação, como podemos aproveitar melhor todas essas conexões? A resposta pode estar na cooperação.

O professor Benjamin Allen, do Emmanuel College, comenta: “Não que as conexões globais sejam ruins, mas elas não substituem um número pequeno de conexões locais fortes”. Afinal, segundo Allen, “mais conectividade não irá necessariamente promover pessoas sendo boas umas com as outras”.

Os comentários do professor Allen são relativos a um estudo desenvolvido pela Universidade de Harvard e pelo Emmanuel College, nos Estados Unidos, onde os cientistas desenvolveram um algoritmo que demonstrou a importância para a sociedade de relações próximas e profundas, em detrimento de múltiplas conexões globais.

Ou seja, as relações humanas continuam sendo mais favorecidas pelo contato interpessoal, pelas ligações familiares, pelos laços amorosos e pelas amizades. Note-se que, nesses tipos de relacionamentos, a cooperação é promovida naturalmente. E não é por acaso que essas são algumas das conexões mais fortes que temos.

Então, a cooperação pode ser a chave para aproveitarmos nossas conexões de um jeito mais proveitoso, com melhores resultados e engajamentos mais positivos.

 

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Capa: Photo by William Bout on Unsplash

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