Investimentos no exterior

Como funcionam essas opções?

Guia de Bolso | 09 de setembro de 2016
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O cenário econômico brasileiro tem assustado muita gente. Para alguns investidores, a situação parece periclitante. Afinal, o grau de investimento do país foi rebaixado por agências de classificação de risco internacionais, o PIB (Produto Interno Bruto) apresenta resultados decepcionantes e o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) continua acima da meta estabelecida, isso entre outros fatores causadores de instabilidade.

Diante desse contexto, muitos investidores brasileiros têm optado por aplicações no exterior, principalmente nos EUA. Prova disso é que dobrou nos últimos anos a quantidade de brasileiros que passou a investir na região de Miami.

Especialistas esclarecem que o interesse por aplicações no exterior costumam crescer em momentos de volatilidade cambial, para se proteger das oscilações do dólar ou se beneficiar delas.

E a variedade de investimentos internacionais é enorme. Mas é preciso informar-se bem sobre as especificações de cada um e sobre o mercado em geral para fazer negócios melhores. Então, confira mais detalhes sobre algumas das opções disponíveis:

– Imóveis

O investimento em imóveis é um dos preferidos dos brasileiros. Durante a crise de 2008, com a queda do preços dos imóveis nos EUA e a desvalorização do dólar em relação ao real, muitas pessoas compraram casas de veraneio nos EUA, em especial na Flórida.

No entanto, Livia Mansur, especialista em alocação de recursos de clientes de alta renda da XP Securities, alerta que “em Miami, por exemplo, você paga um imposto anual que não é fixo e sim baseado em 2% do valor do imóvel. Isso significa que um imóvel comprado em 2008, hoje provavelmente conta com o dobro de custos em dólar, mais os efeitos da desvalorização cambial do real”. Ou seja, o investimento está mais caro.

A corretora Unique Living Miami destaca, por outro lado, que o cenário continua propício para o investimento em diferentes destinos. A companhia informa que “além de imóveis residenciais, Miami também oferece excelentes oportunidades para compra de imóveis comerciais”. A corretora ainda afirma que “dentre as vantagens de adquirir imóveis comerciais em Miami estão a valorização, proteção patrimonial e rentabilidade, uma vez que os imóveis tanto podem ser utilizados pelo próprio comprador quanto alugados para outros interessados”.

Mas quem pensa em comprar imóveis nos EUA para alugar precisa ainda saber que o preço do alugueis no país costuma cobrir todas as despesas do imóvel, incluindo qualquer reforma e até o condomínio. A especialista da XP Securities comenta: “O investidor brasileiro provavelmente precisará contratar um administrador nos EUA para ajudar a fazer o negócio funcionar. Não é necessariamente a coisa mais rentável do mundo comprar um imóvel para alugar nos EUA”.

– Fundos imobiliários

O investimento em fundos imobiliários nos EUA é bastante similar ao que é feito no Brasil. Para quem tem preferência pelo setor, a especialista Livia Mansur comenta que os fundos imobiliários “rendem bem e estão bem mais seguros depois da crise de 2008”, sendo uma alternativa interessante ao investimento direto em bens imóveis. Ela ainda afirma que “os REIT (como são conhecidos os fundos imobiliários nos EUA) também contam com a tradição de distribuir rendimentos para seus cotistas”.

– Ações

O funcionamento básico do mercado de ações norte-americano também é bem similar ao brasileiro. Só que nos EUA há uma variedade enorme de empresas listadas em bolsa. Além disso, o investimento em ações não é considerado algo extremamente arrojado no país. E há opções, inclusive, mais conservadoras do que se encontra no Brasil.

Mas para quem deseja fazer esse tipo de aplicação, a especialista da XP Securities recomenda muita seletividade. “Não acreditamos que investir no índice como um todo seja a melhor opção. É necessário escolher setores e empresas que tendem a se favorecer com a conjuntura econômica atual: subida de juros – setor financeiro; dólar forte – importadoras; aumento do consumo das famílias com o petróleo em queda – consumo discricionário, etc.”.

Mansur ainda acrescenta: “Você também pode investir em ações de empresas reconhecidas mundialmente e que são boas pagadoras de dividendos, como a Microsoft ou a Disney, por exemplo”.

– Renda Fixa.

Ao contrário das opções anteriores, o mercado de renda fixa dos EUA é bastante diferente do brasileiro. Por lá, a maioria dos títulos conta com rentabilidade prefixada. Apenas empresas de baixa qualidade costumam emitir títulos pós-fixados. A consequência disso é uma forte volatilidade no mercado de renda fixa antes do vencimento do título para quem vender no mercado secundário. E essa volatilidade pode significar grandes lucros ou grandes perdas para o investidor que sair antes do vencimento do seu título. Ou seja, é necessário ainda mais conhecimento por parte do investidor.

Segundo Livia, os brasileiros que investem em renda fixa nos EUA, em geral, procuram ativos com rendimentos entre 5% e 7% ao ano em dólar, buscando alternativas em títulos High Yield, com rating abaixo de BBB e pagamento de juros mais elevados. “Mas temos preferido os títulos classificados como BB ou melhor, pois abaixo disso o risco é muito elevado na nossa visão. Também temos evitado ativos dos setores de commodities, pois podem apresentar default”, recomenda a especialista.

– Para quem são recomendados os investimentos no exterior?

Antes de cogitar uma aplicação no exterior é preciso refletir bem, lembrando sempre que, quanto maior for a perspectiva de rentabilidade, maior o risco, e sabendo que a rentabilidade passada não é a garantia de retorno futuro.

Além disso, é bom pensar em seu perfil de investidor. Especialistas alertam que os investimentos no exterior funcionam melhor para aqueles que possuem uma poupança mais robusta. Ou seja, as aplicações internacionais são mais recomendadas para pessoas com maior patrimônio, para diversificar seus investimentos ou proteger-se de variações bruscas de câmbio.

Também devem estar claros os custos burocráticos da operação que se deseja fazer. Se for necessária uma remessa de dólares para o exterior, por exemplo, paga-se 0,38% de IOF. Na volta dos recursos, o pagamento também ocorre.

Em outro exemplo, com investimento via cartão de crédito, a conversão seria feita por uma taxa de câmbio mais alta, pagando 6,38% de IOF. Mas definitivamente essa não é uma boa alternativa. Afinal, pode trazer problemas fiscais para o investidor, já que os aportes via cartão de crédito não são considerados investimentos pela Receita Federal, mas gastos. Logo, a relação risco-retorno da operação com cartão de crédito não compensa.

Ou seja, os custos burocráticos da operação costumam ser altos e é sempre bom contar com a orientação de um especialista ou gestor de confiança para saber se valem a pena. Para Eduardo Castro, superintendente da Santander Asset Management, “a evolução na legislação dos fundos de investimentos ampliou as possibilidades”.

Em todo caso, é importante ficar por dentro dessas novas dinâmicas de mercado e manter-se atento às possibilidades de investimento no exterior, pois as oportunidades se ampliam a cada dia. Segundo o superintendente de investimentos do Citi, Mauro Morelli, “o brasileiro já era um consumidor global de bens. Agora, também consegue ser um investidor global”.

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