Guia para quitação de dívidas

Um passo a passo para organizar sua vida financeira.

Guia de Bolso | 03 de outubro de 2016
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Guia para quitação de dívidas

As dívidas estão tirando seu sono? Sabia que o número de novos inadimplentes aumentou pela primeira vez no país? Segundo pesquisas do SPC Brasil, em 2015, menos da metade dos inadimplentes (48,2%) era novato na lista do “nome sujo”. Este ano, os novos inadimplentes já representam 71,4%.

Por outro lado, o total de consumidores inadimplentes segue em queda desde maio deste ano (quando era de 59,3 milhões de devedores). Relatórios divulgados pela CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas) indicam que, até agosto, o número total de consumidores brasileiros com o CPF negativado por dívidas já caiu para 58,8 milhões.

Contudo, a própria CNDL alerta que essa queda na inadimplência não é necessariamente um bom sinal, já que pode estar menos relacionada à melhora das condições do consumidor e mais associada ao temor ou impossibilidade de contrair novas dívidas.

O economista Gilberto Braga comenta: “Em um primeiro momento da crise, as pessoas ficam mais endividadas, porque mantêm o ritmo de consumo e a renda não acompanha. Com o tempo, elas tendem a ser mais cautelosas em suas decisões de consumo”.

E por que não aproveitar esse momento de maior cautela para tentar colocar as contas em ordem? Com um pouco de disciplina e determinação, você pode, sim, ficar livre das dívidas. Sua saúde financeira agradece e seu sono também.

Confira um passo a passo:

1 - Organização e análise

Antes de tudo, é preciso entender qual o tamanho do problema. Você tem uma dívida ou várias? Sabe exatamente o valor devido?

Comece listando suas dívidas e especificando (em cada uma, se for o caso), o valor total devido, o número de parcelas já pagas, o número de parcelas em atraso, as taxas de juros, etc. Se necessário, peça um histórico ao(s) credor(es).

Aproveite o momento de organização para analisar também seu orçamento mensal. Aliás, como você controla suas finanças?

Se você ainda não faz um acompanhamento constante da sua vida financeira nem tem um controle sobre seus ganhos e gastos mensais, esta é uma boa hora de começar.

Para isso, você pode usar uma planilha financeira (como esta aqui), um aplicativo em seu smartphone (como o novo Sicoob Minhas Finanças Google Play ou Apple Store) ou até anotar tudo em um caderninho. Escolha o método que preferir.

O que importa é começar a visualizar e entender melhor a forma como você está usando seu dinheiro, para conseguir, então, fazer as adequações necessárias. Afinal, pra economizar, não adianta ir cortando tudo, pois a privação pode acabar lhe fazendo desistir. Por isso, o mais indicado é organizar-se melhor para conseguir fazer um planejamento mais apropriado de seu orçamento. Comece já.

2 - Estabeleça prioridades

Tendo uma melhor noção de seu orçamento mensal e com suas dívidas já registradas, é hora de começar a analisar a situação para traçar as melhores estratégias.

Se você tem várias dívidas, dê preferência àquelas:

- com juros altos;

- que têm bens como garantia;

- que podem sujar seu nome;

- às maiores.

A análise de prioridades também é válida para o seu orçamento. Afinal, você precisará fazer algumas adequações para honrar seus compromissos. Portanto, repense: quais de suas despesas são essenciais para você? Que gastos você poderia reduzir? O que você poderia cortar?

3 - Calcule

Se você seguiu atentamente os dois primeiros passos, nesta etapa você já pode calcular o quanto poderá reservar por mês para saldar suas dívidas.

É importante fazer cálculos realistas, sendo honesto consigo mesmo. Afinal, de nada adianta fazer uma proposta para renegociar a dívida ou tentar um empréstimo para o pagamento se você não conseguir honrar com o compromisso depois. Por isso, é fundamental fazer um bom planejamento inicial, atento ao seu orçamento.

A coordenadora do Instituto Proteste, Maria Inês Dolci, alerta que “o consumidor não deve comprometer mais de 15% de sua renda para o pagamento da dívida” para que não haja riscos de que não consiga cumprir com a prestação.

4 - Procure ajuda especializada

Está com dificuldade para compreender algo sobre sua dívida? Tem dúvida sobre a legalidade da cobrança? Procure pelos órgãos de orientação e defesa do consumidor. Ou acesse o Portal do Consumidor.

5 - Hora da renegociação

Evite intermediários. Negocie diretamente com os credores e o quanto antes (não deixe acumular). Declare sua intenção de pagar e apresente sua proposta, deixando claro que é mais provável que o pagamento realmente ocorra se for dessa forma. Segundo o Proteste, o credor não é obrigado a aceitar a proposta. Mas não custa tentar juros menores e/ou prazos maiores para suavizar as parcelas daí em frente.

IMPORTANTE: a renegociação nem sempre é a melhor opção. É importante ficar atento aos juros e ao seu planejamento para saber qual a melhor alternativa para você. A coordenadora do Proteste dá um exemplo: “no caso de dívidas no cartão de crédito, o melhor geralmente é pedir um empréstimo pessoal para cobri-las, já que os juros [do empréstimo consignado, por exemplo] são mais baixos que os cobrados no rotativo do cartão”, afirma Dolci.

Aliás, uma ótima dica é checar as taxas cobradas por cooperativas de crédito. Essas instituições oferecem os mesmos serviços que um banco comum - incluindo empréstimos -, mas as taxas costumam ser bem menores, já que as cooperativas não visam lucro. Confira uma opção aqui.

6 - Desconfie de propostas milagrosas

Existem diversas empresas que prometem livrar você das dívidas, intermediando a negociação com as entidades de proteção de crédito. Segundo o SPC Brasil, 10% dos inadimplentes optam por alternativas assim.

Porém, a mesma pesquisa mostra que, entre os que optaram por pedir ajuda a empresas, metade não teve seu nome limpo e apenas 27% conseguiram reaver o que investiram ao pedir ajuda. Ou seja, o barato pode acabar saindo caro.

Então, tome cuidado com golpistas. Desconfie de propostas milagrosas que limpam seu nome sem ao menos precisar pagar as dívidas. E se preferir optar pela intermediação de uma empresa, não deixe de verificar a confiabilidade da instituição (analise junto ao PROCON, em sites de reclamações e em redes sociais). E é bom ter cuidado durante as negociações para que tudo fique bem claro sobre o valor das parcelas, dos juros e do total da dívida.

7 - Faça acontecer

Não adianta querer quitar as dívidas sem mexer em seu orçamento. Acredite: você pode ficar livre das dívidas. Você consegue, sim. Mas vai precisar, é claro, de algum esforço.

Aliás, você já deu o primeiro passo quando organizou seu orçamento e planejou reduções e cortes. Agora é hora de colocar em prática. Alguns exemplos: se tem um carro, comece a deixá-lo mais em casa e fazer os percursos possíveis de bicicleta ou a pé. Prefira comer e festejar em casa, convidando parentes e amigos do que ir a bares ou restaurantes. Considere levar marmitas para o trabalho. Troque a academia por exercícios ao ar livre. Economize água e luz. Leve sempre uma lista ao supermercado e nunca vá com fome fazer as compras. Enfim, comece a rever seus hábitos e poupar dinheiro.

Outra alternativa é tentar novas fontes de renda. Já pensou, por exemplo, em tentar uma renda extra nas suas horas livres? Quem sabe, algum hobby ou habilidade pode acabar virando uma nova fonte de lucro. Talvez seja o caso de vender algo, móveis ou roupas usadas, por exemplo, ou até algum bem, se necessário. Em suma, capitalize-se. Seja gastando menos ou ganhando mais (ou até as duas coisas). Você pode e vai conseguir.

Gostou dessas dicas de economia? Comece a economizar também com suas transações financeiras. Conheça o Sicoob - o maior sistema cooperativo de crédito do país

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