Financiamentos coletivos ou Crowdfunding

Entenda o que é e como funciona esse modelo de financiamento

Guia de Bolso | 26 de maio de 2017
Crowdfunding
financiamento coletivo
Financiamentos

Digamos que você tenha um projeto (um filme, um game, uma startup, seja o que for). Imagine se em vez de pedir um financiamento a um banco, você pudesse ter seu projeto financiado por diversos amigos, parentes, conhecidos e desconhecidos interessados, cada um investindo um pouquinho. É isso que é financiamento coletivo ou, em inglês, crowdfunding.

Em outras palavras, é como a famosa “vaquinha”, só que feita pela Internet, atingindo uma rede maior de potenciais interessados. Assim, é possível arrecadar dinheiro e recursos variados para os mais diversos projetos: de curta metragens a pesquisas científicas, de publicações a projetos filantrópicos, de startups a projetos autônomos, etc.

Esse novo modelo de financiamento chegou ao Brasil em 2011, com a plataforma catarse.me. Hoje, já existe quase uma dezena de sites do tipo que atua no país e milhares de brasileiros já tiraram seus projetos do papel aproveitando essa ideia.

Entenda melhor como funciona o crowdfunding:

– Apresentação do projeto

Para quem deseja conseguir o financiamento de um projeto, via de regra, a primeira etapa é apresentá-lo devidamente aos possíveis interessados. No crowdfunding também é assim.

Quem tem um projeto deve escrever uma descrição (e pode também fazer um vídeo ou reunir fotos) explicando o propósito do projeto, o processo planejado para realização e o resultado esperado.

O segundo passo é escolher uma das plataformas de financiamento coletivo existentes no país para cadastrar seu projeto e criar sua campanha. Confira algumas:

> benfeitoria.com
> www.broota.com.br
> catarse.me
> www.juntos.com.vc
> www.idea.me
> indiegogo.com
> www.kickante.com.br
> www.startmeup.com.br

Investidores interessados em apoiar projetos também podem acessar as plataformas para conhecer as opções disponíveis. Em alguns casos, é possível apoiar ótimos projetos com apenas algumas dezenas de reais (e você ainda pode receber alguma recompensa).

 

– Metas, prazos e recompensas

Ao cadastrar um projeto em uma das plataformas de crowdfunding também é necessário definir uma meta financeira e um prazo para atingi-la, além de poder determinar recompensas para os apoiadores do projeto.

A meta financeira vai depender, é claro, do orçamento necessário para realização do projeto. Mas é bom considerar quais os custos básicos para saber qual seria sua meta mínima. E também pode ser interessante fazer uma comparação entre as metas de projetos similares ao seu (se houver) pra ter uma noção mais realista de metas.

O prazo pode depender do cronograma de realização do seu projeto. Mas também deve ser bem pensado. Nem sempre prazos mais longos garantem maior arrecadação. Isso vai depender do engajamento dos investidores interessados ao longo da campanha. Além disso, os prazos máximos de exposição de cada projeto variam de uma plataforma de crowdfunding para outra e conforme o tipo de campanha escolhida.

As recompensas aos apoiadores do projeto podem ser dos mais variados tipos (pôsteres, camisetas, aulas e workshops, descontos em e-commerce, etc.). Mas é bom planejar bem.

Afinal, as recompensas não são obrigatórias, mas também são formas de atrair apoiadores. E podem haver apoiadores de todos os cantos do país, investindo no projeto com diferentes valores de contribuição.

Por isso, pode ser interessante determinar diferentes tipos de recompensas conforme os valores de investimento dos apoiadores. E é bom pensar em recompensas que possam ser enviadas (pelas Internet ou pelos Correios) e aproveitadas pelo apoiador onde ele estiver.

 

– Tipos de campanhas

> Tudo ou Nada

Algumas das plataformas de crowdfunding, como a benfeitoria, a broota e a startmeup só oferecem possibilidade de realizar campanhas Tudo ou Nada. Ou seja, você só leva o dinheiro do projeto, caso bata a meta financeira que estabeleceu. Caso contrário, o dinheiro é devolvido aos contribuintes e você não é obrigado a realizar o projeto nem a entregar nenhuma recompensa.

> Flexível

Em outras plataformas de financiamento coletivo é possível escolher entre a campanha Tudo ou Nada e a Campanha Flexível. Além de prazos maiores, optando pela Campanha Flexível, você recebe o dinheiro captado mesmo que não bata a meta estabelecida. Porém, independente do valor recebido, compromete-se a executar o projeto e entregar as recompensas aos apoiadores.

 

– Taxas administrativas

A maioria das plataformas de crowdfunding cobra taxas de administração. Mas cada uma estabelece sua forma de cobrança específica. Algumas cobram uma taxa sobre o valor de cada contribuição, outras cobram apenas de campanhas que atingirem ou superarem a meta. Algumas já incluem as taxas cobradas pelos meios de pagamentos, outras não. As porcentagens também podem variar conforme o tipo de campanha (Tudo ou Nada ou Flexível).

Com tantas variáveis, é bom pesquisar bem as condições oferecidas por cada plataforma pra ver qual se encaixa melhor nos objetivos do seu projeto.

Uma nota interessante é que a plataforma juntos.com.vc – exclusiva para financiamento coletivo de projetos sociais – não cobra taxa de administração, apenas os custos com transações financeiras.

 

– Vantagens e desafios do Crowdfunding

O financiamento coletivo é um modelo relativamente novo no Brasil. E isso, por si só, já é um desafio. Além disso, é preciso ter boa presença online para divulgar seu projeto para o máximo possível de interessados que você conseguir atingir dentro do prazo da sua campanha. E isso exige muita dedicação.

Por outro lado, o financiamento coletivo é uma forma de alavancar projetos de todos os tamanhos. Você não precisa ser famoso nem ter o contato de grandes empresários. O processo é menos burocrático e mais ágil que em outros financiamentos. Além do mais, trata-se uma iniciativa colaborativa, que reúne apoiadores em torno de ideias e incentiva uma atitude cooperativa nas pessoas. E cooperando, certamente, a gente pode muito mais.

Já conhece o maior Sistema Cooperativo Financeiro do país, o Sicoob?

 

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