Carro, táxi, Uber e Zazcar: compare

Veja como funcionam os novos serviços e o que compensa mais.

Guia de Bolso | 20 de julho de 2016
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Arcar com as despesas de um carro próprio nem sempre é fácil. Ainda mais com os constantes aumentos dos preços de combustíveis e de outros itens e serviços relacionados. Além disso, o estressante trânsito das grandes cidades é outro fator que tem levado muitas pessoas a buscarem novas alternativas de transporte e locomoção.

Nesse sentido, o desenvolvimento tecnológico (bem como o desenvolvimento de uma nova mentalidade ligada à era da informação) tem contribuído para o surgimento de novas opções de transporte, como o Uber e o Zazcar (dos quais falaremos a seguir).

Afinal, o que compensa mais? Comprar um carro? Vender o que tem? Deixar o veículo mais em casa e experimentar os novos serviços? Há outras alternativas para economizar? Confira:

O carro particular compensa?

Para ter um carro particular, é preciso considerar os custos envolvidos, que, além do valor do próprio bem, incluem combustível, seguro, IPVA, estacionamento, depreciação e manutenção.

Segundo cálculos do economista e professor da FGV, Samy Dana*, o carro particular só passa a compensar mais que serviços como o UberX se o motorista roda mais de 40 km diários. Para deslocamentos diários inferiores a 40 km, é interessante ficar atento às novas alternativas se quiser economizar.

E é claro que também é preciso levar em conta outros fatores mais subjetivos, como o prazer ou não de dirigir, o conforto e até mesmo a disponibilidade de táxis e Uber em casos de grande demanda, como em dias de chuva.

Como calcular preços de táxis?

Os táxis costumam cobrar por quilômetro percorrido e usar o conceito de bandeiras. Assim, em determinados dias e horários - como finais de semana, feriados municipais ou madrugadas - entra em vigor a bandeira 2, que representa um acréscimo de 20% a 30% na tarifa por km percorrido.

É preciso ficar atento, pois, em alguns casos, o taxista está autorizado a cobrar bandeira 2 mesmo fora desses dias e horários. Por exemplo, no Rio de Janeiro, táxis cobram bandeira 2 se o destino for uma área com ladeiras. Em outro exemplo, em Brasília, a bandeira 2 é autorizada quando o trajeto passa por vias não pavimentadas.

Uma boa forma de prever os custos com esse tipo de transporte é usar calculadoras online, como Tarifa de Taxi, Preço do Taxi ou ainda aplicativos com essa função como: Calculadora de Táxi, Taxímetro ou Taxi Help.

De acordo com o economista e professor Samy Dana*, o deslocamento de táxi pode compensar em relação às outras opções apenas se a quilometragem for bem pequena, até 5 km diários.

Como funciona o Uber?

O Uber é uma opção que tem se tornado cada dia mais popular e já está presente em diversas cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e, mais recentemente, também em Porto Alegre.

Para usar o Uber, é preciso baixar o aplicativo e cadastrar-se, solicitando o serviço pelo app quando necessário. A corrida é uma soma da tarifa base (cobrada quando você entra no veículo), dos minutos gastos no trajeto e da distância percorrida em quilômetros.

No Brasil, o Uber oferece duas opções: o UberBlack, mais caro, normalmente com sedãs médios (ex.: Corolla, Civic, Jetta, etc.), mais confortáveis, com bancos de couro e motoristas de terno e gravata. E o UberX, mais popular, com carros econômicos ou mais antigos (Idea, Fit, Peugeot 307, etc.).

 

Ex. cálculo de preço UberX:

Considerando uma corrida de 20km feita em 30 min. na cidade de SP.

R$ 2,00 (tarifa base) + (R$ 1,40 x 20km) + (R$ 0,26 x 30min) = R$ 37,80

 

Ex. cálculo de preço UberBlack:

Considerando uma corrida de 20km feita em 30 min. na cidade de SP.

R$ 3,80 (tarifa base) + (R$ 2,32 x 20km) + (R$ 0,28 x 30 min) = R$ 58,60

Considerando essas mesmas condições, um táxi na cidade custaria entre R$ 68 (bandeira 1) e R$ 88 (bandeira 2).

 

ATENÇÃO: os cálculos também dependem do lugar do Brasil

Tanto as tarifas de táxis quanto as tarifas do Uber variam de uma cidade brasileira a outra. Então, é bom ficar de olho.

Se compararmos os preços de táxis (bandeira 1 e 2), UberX e UberBlack, em corridas acima de 5 km por dia, independente da cidade, o UberX tem os menores preços, com tarifas de 15% a 50% menores que táxis comuns.

Já o UberBlack costuma ser vantajoso apenas se comparado ao táxi de bandeira 2. Mas em Belo Horizonte, por exemplo, o serviço sai mais em conta até que o táxi bandeira 1.

E em São Paulo também, as duas opções do Uber costumam ser mais vantajosas que qualquer versão de táxi.

Como funciona o Zazcar?

Trata-se de um serviço de compartilhamento de veículos (carsharing) em que você se cadastra, paga uma mensalidade (de R$ 24,90 ou uma anuidade de R$ 238,00) e pode optar por usar um veículo quando quiser ou precisar, pagando por hora + quilômetros rodados (carro popular: R$ 9,90/hora + R$ 0,89/km; carro premium: R$ 24,90/hora + R$ 0,89/km).

Ou seja, além do leve valor da mensalidade, você só paga pelo automóvel quando precisar usá-lo, ficando isento de despesas de manutenção, seguro e até de combustível (custos pagos pela Zazcar).

A empresa foi criada em 2010 em São Paulo e, por enquanto, só atua na cidade. Mas já tem automóveis espalhados por 45 pontos da metrópole.

Para quem já é cadastrado, basta utilizar o gerenciador de reservas, informando por quanto tempo precisará do carro. Feito isso, é só ir até o veículo, desbloqueá-lo com o cartão Zazcard e sair dirigindo (as chaves ficam no porta-luvas). E depois, basta devolvê-lo no mesmo local da retirada.

Segundo dados da própria Zazcar, cada carro compartilhado retira até 13 veículos particulares das ruas. Trata-se, portanto, de um modelo mais sustentável e bem mais próximo de uma geração aberta ao conceito de acessar um bem (por um preço menor) em vez de tê-lo (por um preço maior).

EXTRA: aposte em ideias mais cooperativas

Antigamente, um táxi ou um automóvel locado eram as únicas opções de usufruir do conforto de um carro sem ter que comprar um. Agora, já existem alternativas mais modernas, como o Uber e o Zazcar, que além de poderem ser mais econômicas, ainda são mais cooperativas e sustentáveis.

Aliás, para economizar e viver de forma mais humana e sustentável, cooperar sempre é uma boa alternativa. Mesmo que na cidade onde você mora o Uber e o Zazcar ainda não tenham chegado, você pode, por exemplo, descobrir apps de carona solidária ou organizar caronas com o pessoal do trabalho, combinar um esquema de rodízio com outros pais para levarem e buscarem as crianças na escola, emprestar sua bicicleta ou pedir emprestada a do vizinho, etc. Coopere e economize.

Aliás, você já conhece o maior sistema cooperativo de crédito brasileiro, o Sicoob?

*Conheça a calculadora desenvolvida pelo economista e professor da FGV

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